O Supremo Tribunal Federal (STF) inicia nesta segunda-feira (9) uma etapa decisiva na Ação Penal (AP) 2668, que apura a tentativa de golpe de Estado ocorrida no Brasil. Os primeiros interrogatórios dos réus do chamado “núcleo 1” ou “núcleo crucial” começam às 14h, em sessões presenciais realizadas na sala da Primeira Turma do STF, em Brasília.
O ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, determinou que todos os réus compareçam pessoalmente às audiências, que ocorrerão em cinco datas distintas: 9, 10, 11, 12 e 13 de junho. As sessões estão marcadas para os seguintes horários:
Data | Horário |
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9/6/2025 | 14h |
10/6/2025 | 9h |
11/6/2025 | 8h |
12/6/2025 | 9h |
13/6/2025 | 9h |
O primeiro a ser ouvido será o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, que firmou acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Em seguida, os interrogatórios seguirão a ordem alfabética dos réus: Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto.
No caso de Braga Netto, que atualmente cumpre prisão preventiva no Rio de Janeiro, o depoimento ocorrerá por videoconferência.
Papel central na tentativa de golpe
De acordo com a denúncia apresentada pela PGR e aceita pelo STF em março deste ano, o grupo investigado teria desempenhado papel central na tentativa de ruptura institucional. A acusação descreve uma articulação para abolir, de forma violenta, o Estado Democrático de Direito, configurando crimes como:
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Tentativa de golpe de Estado;
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Participação em organização criminosa armada;
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Dano qualificado;
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Deterioração de patrimônio tombado.
A situação de Alexandre Ramagem é particular: por ser atualmente deputado federal, a investigação referente a atos supostamente praticados após a sua posse, em janeiro de 2023, foi suspensa, respeitando a prerrogativa de foro e o término do mandato.
O processo, considerado um dos mais emblemáticos da história recente do país, mobiliza a atenção pública e a classe política, dado o envolvimento de ex-ministros, militares de alta patente e o próprio ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.
O que está em jogo
A ação penal tramita sob intensa vigilância de autoridades e da sociedade civil, sendo considerada crucial para a responsabilização de atos que atentaram contra a democracia brasileira. A expectativa é de que os depoimentos desta semana forneçam mais subsídios para o julgamento do mérito das acusações e possíveis condenações.
Este desdobramento ocorre em meio a outras investigações que cercam os eventos de 8 de janeiro de 2023 e a suposta preparação de um golpe de Estado no país, com repercussões internacionais sobre a estabilidade democrática brasileira.