SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira (10) a criação de 3.000 bolsas de residência no país, além de 500 vagas para médicos especialistas no SUS (Sistema Único de Saúde).
Serão priorizados os estados que compõem a Amazônia Legal e a região Nordeste, principalmente.
A medida, que faz parte do programa Agora Tem Especialistas, é uma estratégia para reduzir o tempo de espera por consultas, exames e cirurgias no SUS.
As bolsas de residência médica serão destinadas a profissionais que buscam essa qualificação. A formação segue o cronograma da Comissão Nacional de Residência Médica, com início das atividades em março de 2026.
Os 500 médicos serão selecionados em edital do Mais Médicos Especialistas, e o valor da bolsa será de até R$ 10 mil mensais para carga horária de 20 horas por semana. A previsão é que as atividades comecem em setembro.
“A residência médica enfrenta uma série de desafios. Enquanto quase 50% dos programas estão no Sudeste, o Norte e Nordeste, respectivamente, têm 4,2% e 18,5% deles”, disse Felipe Proenço, secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde.
A oferta das bolsas de residência vai mirar as instituições que têm interesse em ampliar seus programas ou apresentar novos -e também as que possuem um programa autorizado, mas que não obtiveram aporte do Ministério da Saúde.
“Vamos financiar as bolsas desses programas já existentes num formato que apresentem propostas de ampliação de vagas ou criação de novos programas nessas instituições”, acrescentou Proenço.
O lançamento do edital de adesão dos estados e municípios, previsto para esta quarta-feira (11), precede a abertura das 500 bolsas de educação pelo trabalho para médicos já especialistas, certificados pela Comissão Nacional de Residência Médica ou titulados pela AMB (Associação Médica Brasileira).
No edital, os gestores vão apontar os serviços que possuem capacidade instalada e as vagas nos serviços estratégicos para o SUS, como oncologia e cirurgias eletivas.
Depois, um novo edital será lançado para selecionar os 500 profissionais já especialistas que atuarão em hospitais regionais, policlínicas e ambulatórios do SUS.
Eles arão por instituições de excelência do Proadi-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde) -Hospital Sírio-Libanês, Beneficência Portuguesa de São Paulo, AC Camargo Câncer Center, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Albert Einstein, HCor, Hospital Moinhos de Vento e hospitais universitários da Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares).
Segundo o ministro Alexandre Padilha, estudos mostram que a residência não só é a melhor forma de qualificar e formar um especialista, mas também uma política eficaz para fixar o profissional em determinada cidade.
“Já tem um calendário de abertura de recepção de propostas, até dia 10 de agosto. Nós temos um período de avaliação das propostas das instituições formadoras. As 3.000 bolsas já ficam ofertadas para o próximo ciclo da residência”, afirmou.
O Ministério da Saúde afirma que também vai destinar até R$ 200 mil para as Comissões Estaduais de Residência Médica a fim de garantir a qualidade dos programas de residência. A pasta apoiará financeiramente coordenadores e preceptores de programas novos e ampliados com foco inicial em anestesiologia, patologia e radioterapia.
No total, serão destinados R$ 260 milhões para ampliar o provimento e a formação de profissionais especialistas em regiões com menor cobertura assistencial.