SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Rodovias federais apresentam 152 trechos críticos para acidentes, e 20 rodovias estaduais estão em mau estado, segundo o Guia Viagem Segura 2025 da CNT (Confederação Nacional do Transporte). Essas condições tendem a dificultar a vida de quem vai viajar no Carnaval, período de tráfego intenso.
Nas vias federais, os trechos se concentram em Santa Catarina (27), Minas Gerais (23), Paraná (16), Rio de Janeiro (16), São Paulo (9), Pernambuco (7) e Bahia (3). Também há pontos de risco no Distrito Federal, Goiás, Paraíba, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Para a CNT, as piores rodovias do país são estaduais. O Nordeste concentra a maioria dos trechos ruins, com destaque para Pernambuco (PE-545, PE-096, PE-177 e PE-126). Também há vias críticas na Paraíba (PB-400), no Rio Grande do Norte (RN-118), no Rio Grande do Sul (RS-153, RS-471, RS-481 e RS-640) e no Rio de Janeiro (RJ-155).
A CNT avalia as rodovias com base no pavimento, sinalização e geometria. O pavimento é analisado por buracos, trincas e qualidade da superfície. A sinalização considera visibilidade e conservação de placas e faixas, enquanto a geometria abrange acostamento, curvas e largura da pista.
Embora o documento não especifique se algum critério tem peso maior que os outros, a piores vias combinam a presença de múltiplos problemas nos três quesitos.
Com o aumento do tráfego, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) afirma que reforçará a fiscalização até 6 de março. A operação de Carnaval terá 2.700 agente, número que pode chegar a 3.000 nos períodos de maior fluxo. O plano inclui drones, radares e equipes em pontos estratégicos.
“A PRF entende que a presença ostensiva é fundamental para um sentimento de segurança da população”, diz Fernando Oliveira, diretor-geral da PRF. “Três aspectos podem incidir no risco de acidentes de trânsito: as vias, o veículo e a condução.”
Em 2024, ocorreram cerca de 73 mil acidentes nas rodovias federais, com 6.000 mortes e 84 mil feridos, segundo a CNT. A colisão foi o tipo mais frequente, representando 60% dos casos. Saída de pista, capotamento e atropelamento também foram registrados. Reação tardia ou ineficiente do condutor causou 11 mil acidentes.
A BR-101, que liga o Rio Grande do Sul ao Rio Grande do Norte, registrou o maior número de acidentes no período analisado pela confederação, com 12.654 casos (17,4% do total). Com 4.824 km de extensão, é uma das vias mais importantes do país.
A PRF detectou quase 460 km de trechos problemáticos em toda sua extensão desses, 180 km ficam em Santa Catarina.
Já a BR-116, que tem início no município de Fortaleza (CE), e termina em Jaguarão, no Rio Grande do Sul, teve o maior número de mortes, 781 (13% do total).
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VEJA OS TRECHOS CRÍTICOS NAS RODOVIAS FEDERAIS, POR ESTADO
Alagoas (AL)
– BR-101: km 180-190
– BR-104: km 30-40
Bahia (BA)
– BR-324: km 510-520, km 620-630
– BR-116: km 770-780
Ceará (CE)
– BR-116: km 0-10, km 10-20, km 20-30
– BR-222: km 0-10, km 310-320
Distrito Federal (DF)
– BR-020: km 10-20
– BR-070: km 0-10
– BR-060: km 10-20
– BR-040: km 0-10, km 10-20
Espírito Santo (ES)
– BR-101: km 60-70, km 80-90, km 140-150, km 260-270, km 270-280, km 280-290, km 290-300, km 330-340
– BR-262: km 0-10, km 100-110
Goiás (GO)
– BR-153: km 490-500, km 500-510
– BR-060: km 90-100
Maranhão (MA)
– BR-135: km 0-10
– BR-010: km 240-250
Minas Gerais (MG)
– BR-040: km 460-470, km 510-520, km 520-530, km 580-590, km 600-610, km 610-620
– BR-050: km 150-160, km 170-180
– BR-116: km 410-420, km 510-520, km 520-530, km 530-540
– BR-262: km 30-40, km 40-50, km 350-360, km 430-440
– BR-381: km 410-420, km 420-430, km 430-440, km 450-460, km 480-490, km 60-70, km 80-90
Mato Grosso (MT)
– BR-070: km 0-10
Pará (PA)
– BR-316: km 20-30, km 60-70
Paraíba (PB)
– BR-101: km 80-90
– BR-230: km 10-20, km 20-30, km 70-80, km 160-170
Pernambuco (PE)
– BR-101: km 40-50, km 50-60, km 60-70, km 70-80
– BR-232: km 0-10, km 70-80
– BR-424: km 80-90
Piauí (PI)
– BR-316: km 0-10, km 310-320
– BR-343: km 10-20, km 340-350
Paraná (PR)
– BR-116: km 10-20, km 110-120, km 120-130
– BR-277: km 0-10, km 20-30, km 720-730
– BR-369: km 150-160, km 190-200
– BR-376: km 160-170, km 170-180, km 180-190, km 400-410, km 630-640
– BR-476: km 120-130, km 130-140, km 140-150
Rio de Janeiro (RJ)
– BR-040: km 110-120
– BR-101: km 50-60, km 290-300, km 300-310, km 390-400, km 410-420, km 430-440, km 440-450, km 470-480, km 480-490
– BR-116: km 70-80, km 130-140, km 160-170, km 170-180, km 180-190
– BR-465: km 10-20
Rio Grande do Norte (RN)
– BR-101: km 80-90, km 100-110, km 110-120
– BR-304: km 30-40, km 40-50
– BR-405: km 0-10
Rio Grande do Sul (RS)
– BR-116: km 230-240
– BR-386: km 20-30
Rondônia (RO)
– BR-319: km 60-70
– BR-364: km 230-240, km 710-720
Roraima (RR)
– BR-401: km 0-10
Santa Catarina (SC)
– BR-101: km 30-40, km 100-110, km 110-120, km 120-130, km 130-140, km 140-150, km 150-160, km 190-200, km 200-210, km 210-220, km 220-230, km 230-240, km 280-290, km 310-320, km 320-330, km 330-340, km 340-350, km 410-420
– BR-282: km 0-10, km 10-20
– BR-280: km 50-60, km 120-130
– BR-470: km 0-10, km 50-60, km 60-70, km 140-150, km 170-180
Sergipe (SE)
– BR-101: km 90-100
São Paulo (SP)
– BR-101: km 40-50
– BR-116: km 50-60, km 120-130, km 200-210, km 210-220, km 220-230, km 270-280
– BR-381: km 60-70, km 80-90
Tocantins (TO)
– BR-153: km 330-340