Pane em sistema da FAB nesta sexta (13) trava envio de planos de voo de jatinhos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma pane entre a madrugada e o início da tarde desta sexta-feira (13) no Sigma (Sistema Integrado de Gestão de Movimentos Aéreos), da Força Aérea Brasileira, impediu o envio de planos de voos, principalmente de aeronaves de aviação geral, a executiva.

Comandantes tiveram de enviar por email ou telefone as informações ao Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), órgão que gerencia o fluxo de aeronaves no país.

O sistema ficou fora do ar entre 2h e 12h12 desta sexta e não afetou a aviação comercial, onde os planos de voo são enviados com maior antecedência e há regularidade nas rotas.

No caso dos jatinhos a aviões menores, sem rota regular, há sempre um plano de voo novo que precisa ser registrado e aprovado.

Por causa do processo manual, segundo apurou a reportagem, houve atrasos ou aviões que não decolaram. Aeroportos procurados negaram.

Pelo sistema, o comandante de uma aeronave tem de lançar seu plano de voo em um intervalo de 3 a 72 horas antes de levantar voo.

As informações são cadastradas no site do Sigma, que por volta das 17h desta sexta ainda apresentava instabilidade.

Questionado, o Decea não informou o que provocou o problema.

Em nota, o órgão da Aeronáutica disse que o Sigma teve suas funcionalidades restabelecidas, “apresentando apenas algumas instabilidades que estão sendo tratadas pontualmente”.

“O Decea mantém o monitoramento contínuo da plataforma e segue atuando de forma ininterrupta para manter a estabilidade e o desempenho pleno do sistema”, diz parte do texto.

O departamento que controla o espaço aéreo afirmou ainda que, por meio do CGNA (Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea), vai continuar adotando medidas operacionais para assegurar a fluidez e a segurança das operações aéreas no país.

Questionada se o problema afetou voos no Campo de Marte, aeroporto da zona norte de São Paulo que opera aviação geral e executiva, a concessionária Pax não respondeu até a publicação desta reportagem.

Em Congonhas, de onde também decolam jatinhos, não houve impacto. Na Rede Voa, responsável por 16 aeroportos no interior de São Paulo, não foram reportados atrasos ao menos em Jundiaí e Ribeirão Preto, onde há o maior número de decolagens das pistas gerenciadas pela concessionária.

Em seu site, a Apoa (Associação de Pilotos e Proprietários de Aeronaves) afirmou que o problema desta sexta foi mais um “ângulo do caos na gestão da aviação no país”.

Na nota, a associação disse que “drones do narcotráfico” impediram dezenas de pousos em Guarulhos, o maior aeroporto do país.

O aeroporto de Guarulhos precisou interromper pousos e decolagens na noite de quarta-feira (11) devido à presença de ao menos três drones próximos a uma das cabeceiras da pista. Cerca de 35 voos foram cancelados ou desviados.

Comandantes de aviões em processo de aproximação ao aeroporto foram orientados a arremeter e o local teve de ser fechado para pousos e decolagens por cerca de duas horas.

Segundo a Polícia Militar, criminosos que integram quadrilha de tráfico internacional de drogas podem ter relação com os drones.

A corporação informou que três pessoas invadiram a área restrita do aeroporto na noite desta quarta com cerca de 150 kg de pasta base de cocaína, em três pacotes. A segurança identificou a presença dos suspeitos e tentou abordá-los, mas eles conseguiram fugir para uma área de mata. A fuga se deu no momento da invasão do espaço aéreo por drones.

Guarulhos não reportou problema nesta sexta com a instabilidade no sistema de envio de planos de voo. Também não houve impacto no Santos Dumont ou nos 23 aeroportos regionais istrados pela estatal Infraero.

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