SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Exército de Israel afirmou neste sábado (7) que o corpo do refém tailandês Nattapong Pinta foi recuperado na Faixa de Gaza. Ele foi sequestrado no kibutz Nir Oz, perto do território palestino, onde um quarto da população foi morta ou feita refém no ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023.
O anúncio ocorre ao mesmo tempo em que o governo de Binyamin Netanyahu intensifica a nova ofensiva no território -segundo autoridades palestinas, ao menos 45 pessoas morreram devido a ataques aéreos neste sábado.
Segundo o ministro da Defesa, Israel Katz, Pinta foi mantido pelo grupo armado Brigadas Mujahideen, aliado do Hamas, na região de Rafah, no sul de Gaza. A família dele, que era trabalhador do setor agrícola, foi comunicada pelas autoridades israelenses. O Exército aponta que Pinta foi levado com vida e depois morto por seus captores.
O anúncio deste sábado reduz para 55 a estimativa total de reféns em Gaza, incluindo sequestrados ainda vivos e corpos dos que morreram durante o cativeiro ou no ataque que iniciou o atual conflito.
As Brigadas Mujahideen não comentaram o anúncio, mas anteriormente negaram ter matado reféns da guerra. O Exército israelense disse que o grupo armado ainda detém o corpo de outro estrangeiro. Na quinta (5), os corpos dos reféns de nacionalidade israelo-americana, Judith Weinstein e Gadi Haggai, também foram recuperados.
Também neste sábado, segundo o jornal The Times of Israel, as Forças Armadas que atuam na região do Hospital Europeu de Khan Yunis, em Gaza, encontraram corpos de terroristas que foram mortos em um ataque israelense no último dia 13. Os militares dizem acreditar que um deles possa ser de Mohammad Sinwar, que era o líder do Hamas.
O resgate dos reféns ocorre em meio a um novo bombardeio em Gaza. Médicos que atuam no território informaram que os ataques aéreos israelenses vitimaram 45 pessoas em todo o território. Apenas no distrito de Sabra, na Cidade de Gaza, ao menos 15 palestinos foram mortos e outros 50 ficaram feridos.
Ainda segundo os relatos de moradores e da mídia local, mais de um míssil atingiu a área. O alvo parecia ser um edifício residencial de vários andares, mas a explosão danificou várias outras casas nas proximidades.
O Exército israelense não comentou imediatamente. Mais tarde, emitiu um alerta pedindo que as pessoas esvaziassem o distrito de Jabalia.
Israel e Hamas têm se acusado pelo fracasso para um novo acordo de cessar-fogo que possibilite a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, desde que Tel Aviv rompeu em março trégua anterior, em meio a discordâncias sobre as fases seguintes do trato, então em vigor desde janeiro. Os Estados Unidos e países árabes que fazem a mediação das conversas tentam colocar de pé uma trégua temporária.
GRUPO DE AJUDA INTERROMPE DISTRIBUIÇÕES
O Ministério da Saúde palestino disse neste sábado que os hospitais de Gaza tinham combustível para funcionar por apenas mais três dias e acusou Israel barrar a chegada de novos barris.
A Fundação Humanitária de Gaza (GHF, na sigla em inglês), um grupo financiado pelos EUA, tem sido criticada por organizações internacionais devido a caos e mortes durante a distribuição de mantimentos. A entidade anunciou na sexta-feira (6) que o serviço havia sido interrompido por questões de segurança.
Neste sábado, disse que não conseguiu retomar a distribuição devido a ameaças diretas do Hamas. “Essas ameaças tornaram impossível continuar hoje sem colocar vidas inocentes em risco. A GHF não se deixará intimidar. Continuamos comprometidos com a entrega de ajuda de forma segura, protegida e independente. Estamos adaptando ativamente nossas operações para superar essas ameaças e pretendemos retomar as distribuições sem demora”, disse o grupo em comunicado.
Nos últimos dias, dezenas de palestinos foram mortos e centenas ficaram feridos ao tentar ar os pontos de distribuição de comida, cuja logística está a cargo da GHF. A distribuição começou na semana ada, após Israel afrouxar um bloqueio de quase três meses à entrada de mantimentos em Gaza.
Desde o início da operação de distribuição, ao menos 102 palestinos foram mortos e cerca de 500 ficaram feridos, de acordo com autoridades locais. Imagens e relatos de testemunhas apontam que forças israelenses abriram fogo contra multidões famintas –Israel fala em “tiros de advertência” e atribui a violência ao Hamas. Já na última terça-feira (3), quando 27 pessoas morreram, as forças israelenses itiram que soldados atiraram em suspeitos que se aproximavam de suas posições.