Greta, interceptada por Israel, já foi alvo de Trump e Bolsonaro e detida 5 vezes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ativista Greta Thunberg, 22, que estava a bordo do barco Madleen, interceptado pelas Forças Armadas de Israel na noite de domingo (8), já foi detida ao menos cinco vezes por participar de protestos ao redor do mundo.

Ela ganhou destaque na luta contra os efeitos das mudanças climáticas, mas também atua em outras causas, como o fim da guerra na Faixa de Gaza.

A sueca também já incomodou líderes mundiais, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2019, quando ainda chefiava o Executivo, ele chamou-a de pirralha após ela, então aos 18 anos, dizer que as populações indígenas estavam sendo mortas no Brasil por proteger a floresta amazônica.

O presidente dos EUA, Donald Trump, provocou a ativista na mesma época. Ele afirmou que ela parecia ser uma garota muito feliz, referindo-se com ironia ao semblante sério dela. Após a declaração, a qualificação “muito feliz” foi incluída pela sueca na descrição de seu perfil nas redes sociais.

Nesta segunda-feira (9), Trump voltou a atacar a ativista. Ele disse que Israel “tem problemas suficientes sem sequestrar Greta Thunberg.” “Ela é uma jovem zangada. Acho que ela precisa fazer um curso de controle de raiva”, completou o americano.

O barco Madleen, que carregava Greta e outros 11 ativistas, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, faz parte da Flotilha da Liberdade. A iniciativa humanitária que tentava romper o bloqueio israelense a Gaza e entregar suprimentos aos palestinos no território, que vivem sob constante bombardeio de Tel Aviv.

O governo israelense não informou se os tripulantes foram levados para a prisão -anteriormente, Tel Aviv havia dito que eles seriam deportados aos seus países de origem.

Greta começou a chamar a atenção em 2018, quando deixou de ir à escola para se manifestar em frente ao Parlamento sueco às sextas-feiras e pedir aos parlamentares que atuassem contra a mudança climática. A atitude dela inspirou uma greve global pelo clima em março do ano seguinte.

A ativista foi escolhida como Pessoa do Ano pela revista Time em 2019 -ela tinha 16 anos e se tornou a pessoa mais nova a ser eleita pela publicação. Nesse mesmo ano, ela discursou na abertura da cúpula do clima da ONU, em Nova York.

Relembre outros casos em que ela foi detida por autoridades.

ALEMANHA – JANEIRO DE 2023

Greta foi detida durante uma manifestação contra a expansão de uma mina de carvão em Lützerath, no oeste da Alemanha. Na época, segundo a polícia, ela foi liberada pouco depois de ter sua identidade confirmada.

REINO UNIDO – OUTUBRO DE 2023

A ativista foi detida em Londres por participar de um ato contra a conferência Energy Intelligence Forum, que reuniu executivos da indústria de petróleo e gás. Os manifestantes bloquearam a entrada do hotel onde ocorria o evento. Ela chegou a ser indiciada, mas o processo foi encerrado pela Justiça.

HOLANDA – ABRIL DE 2024

Greta participou de um protesto organizado pela entidade Extinction Rebellion, que pedia o fim de todos os subsídios para a utilização de combustíveis fósseis. Os manifestantes bloquearam trechos de estradas em Haia. Foi detida duas vezes no mesmo dia.

DINAMARCA – SETEMBRO DE 2024

A sueca participou de um ato contra a guerra na Faixa de Gaza no campus da Universidade de Copenhague. Ela foi presa por bloquear a entrada de um dos prédios da instituição de ensino.

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