Atividade física na infância reduz chances de depressão, aponta estudo

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PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Atividades físicas podem proporcionar diferentes benefícios para pessoas com transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão. Redução de inflamação no organismo, melhor controle em situações de estresse e impacto positivo na autoestima são alguns exemplos. Mas será que exercícios físicos também podem reduzir as chances de surgimento de algum problema de saúde mental?

Esse foi o tema de um estudo que investigou a questão entre crianças e adolescentes. Publicado no British Journal of Sports Medicine, o artigo considerou dados de mais de 16 mil crianças suecas que foram acompanhadas até completarem 18 anos.

Os pesquisadores focaram em informações sobre prática de atividades físicas, tempo dessas crianças fora de casa e participação em times e grupos de esportes organizados. Os dados sobre esses três fatores foram coletados quando as crianças tinham 5, 8 e 11 anos.

Tais informações foram cruzadas com registros de transtornos psiquiátricos nesse grupo de menores, e diferentes conclusões foram alcançadas. Uma delas é que participar em atividades esportivas em grupo teve relação com uma queda em problemas de saúde mental. Isso tanto para meninos como para meninas.

A prática de atividade física em geral também levou a resultados positivos. No grupo de meninos com 11 anos, por exemplo, o hábito de exercícios físicos esteve relacionado com uma redução do número de diferentes transtornos mentais. Em meninas, esse benefício foi específico para casos de depressão.

O resultado do estudo é animador e pode ajudar a conter o avanço de transtornos como ansiedade e depressão.

Oskar Lundgren, médico assistente sênior no Hospital Universitário de Linköping (Suécia) e um dos autores do estudo, afirma que “pode haver muitas outras maneiras de prevenir o desenvolvimento de problemas de saúde mental, mas a atividade física é de interesse especial, uma vez que as iniciativas para aumentar exercícios diários das crianças não precisam ser complicadas ou caras e, portanto, podem também atingir grupos marginalizados, famílias com recursos escassos e indivíduos com deficiência”.

Para o pesquisador, uma forma de melhorar os índices de atividade física na infância é integrá-las ao currículo escolar. “Tirar um tempo das disciplinas acadêmicas não resultaria em perda de progresso acadêmico, já que exercício físico diário pode aprimorar a capacidade de concentração e provavelmente também tornar o processo de aprendizagem mais eficaz”, afirma Lundgren.

Para o pesquisador, uma forma de melhorar os índices de atividade física na infância é integrá-las ao currículo escolar.

“Tirar um tempo das disciplinas acadêmicas não resultaria em perda de progresso acadêmico, já que exercício físico diário pode aprimorar a capacidade de concentração e provavelmente também tornar o processo de aprendizagem mais eficaz”, afirma Lundgren.

A fala do pesquisador tem relação com outros estudos que já observaram como o desempenho escolar aparenta melhorar em estudantes que praticam exercícios físicos regularmente.

Por exemplo, em 2024, um artigo analisou resultados de 14 pesquisas publicadas sobre esse tema. A conclusão foi que, no geral, atividades físicas regulares eram relacionadas com crianças e adolescentes com melhores índices de inteligência. Em média, os dados dessas pesquisas indicaram que exercícios físicos podiam estar associados com o aumento de até quatro pontos no QI (quociente de inteligência).

Mas outras pesquisas nesse campo de estudo ainda são necessárias. Para Lundgren, hoje existe somente “uma visão superficial da relação entre atividade física e saúde mental”, e melhorar esse conhecimento pode ser uma estratégia importante no combate a transtornos como depressão e ansiedade.

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